segunda-feira, 11 de abril de 2016

Ginofobias 2

Eu também não conhecia a palavra ginofobia, se não fosse a necessidade de procurar um termo diferente de homossexual.
Recuso-me a usar essa invenção puliticamente kurreta, na medida em que consiste na combinação de um termo com o seu contrário. Também o termo gay, o único que é tolerado pela comunidade utente é impróprio para um texto em Português na medida em que revela a aceitação da insuficiência linguística e da utilização de estrangeirismos.
Se nas figuras gramaticais existe o pleonasmo, é uma pena não existir um antónimo dessa figura de estilo. Tantas figuras de estilo que obrigam os estudantes a decorar, quando a figura de estilo mais explorada e abusada de todas, na construção de todo o vocabulário puliticamente kurreto é pura e simplesmente omissa na gramática. E como omissa que é, já agora posso também inventá-la e chamar-lhe a contradição, no sentido de antónimo do pleonasmo.
Portanto se o pleonasmo consiste na sobreposição de dois termos com o mesmo significado, a contradição consiste na sobreposição de dois termos com significados contrários.
Passando então ao que interessa, podemos dizer que o termo heterossexual é um pleonasmo. Efectivamente, se o termo sexual se refere à cultura da diferença, neste caso das diferenças morfológicas entre os géneros masculino e feminino, não se percebe o que é que está a fazer o prefixo hetero aplicado ao sexual.
Pode-se dizer que está a reforçar o termo sexual, mas na realidade o que está mesmo é a abrir a porta ao outro prefixo, neste caso o homo. Desde abrir a porta até à procura da substituição (leia-se eliminação) de todos os outros termos, considerados pejorativos pela nova criação puliticamente kurreta, aí temos a nova criação homossexual.
Num golpe de mágica, está criado o caminho para atirar para a mais negra clandestinidade os termos como maricas, invertido, panasca, paneleiro e tantos outros que passam a constituir razão suficiente para aplicar a censura a todo e qualquer texto que inclua essas formas.
E como é que se pode enfrentar o fascismo de género, a não ser utilizando os mesmos métodos?
É nesse contexto que aparece a importância da forma Ginofobia, que consiste assim em ligar o termo gino, que significa mulher com o sufixo fobia para obter um termo que não é uma contradição como homossexual e também não é um termo considerado pejorativo porque não pertence à linguagem vulgar.
Poderíamos procurar um outro termo para a parte feminina, mas felizmente aí encontram-se consagrados termos que são reclamados pelas próprias minorias interessadas, dispensando-nos de incursões aventureiras no domínio da gramática.
Assim, para o correspondente feminino da ginofobia podemos utilizar o lesbianismo.

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